A esquizofrenia no mundo corporativo

Você já percebeu uma desconexão entre o discurso e a prática nas empresas? Algo que chega a ser tão incoerente, que podemos chamar de uma verdadeira “esquizofrenia corporativa.”

Recentemente, presenciei uma situação que me fez refletir ainda mais sobre esse problema. Um líder problemático foi denunciado por vários funcionários devido às suas práticas maldosas. Ele criava um ambiente de estresse para todos, afetando o bem-estar e a produtividade da equipe. Mesmo com o RH ciente dessas ações, nada foi feito para ajustar a situação.

Para surpresa de todos, quem acabou sendo desligada foi uma das vítimas desse ambiente tóxico. Essa experiência traz à tona um tema delicado e recorrente no mundo corporativo: a falta de alinhamento entre os valores e a prática diária das organizações. Líderes problemáticos muitas vezes permanecem em suas posições, enquanto os profissionais que realmente desejam contribuir acabam se tornando vítimas.

Por que isso acontece?

O problema, muitas vezes, está enraizado na cultura corporativa. Algumas empresas mantêm líderes problemáticos porque são vistos como “entregadores de resultados,” sem considerar o impacto negativo que causam no ambiente e na equipe. É uma espécie de miopia institucional, onde a produtividade é priorizada em detrimento da saúde organizacional.

Outro fator é a falta de um processo efetivo de avaliação de liderança e cultura organizacional. A ausência de consequências para ações negativas reforça comportamentos tóxicos, criando uma cultura de impunidade. E é justamente essa incoerência que prejudica a confiança dos funcionários e compromete o clima organizacional.

Como quebrar esse ciclo?

  1. Transparência nas ações: A empresa precisa ser transparente em suas decisões e alinhar seus valores à prática. Se uma liderança é problemática e há queixas, as medidas adequadas devem ser tomadas, inclusive afastando ou desligando quem não se encaixa nos valores organizacionais.
  2. Avaliação constante da liderança: Líderes precisam ser avaliados não apenas pelos resultados, mas também pelo impacto que têm em suas equipes. Desenvolver uma cultura de feedback constante pode ajudar a identificar problemas mais cedo.
  3. Empoderamento do RH: O RH deve ser mais do que um departamento administrativo. Precisa ter autonomia e voz ativa para agir em situações de conflito e garantir que a cultura organizacional seja mantida.
  4. Ouvir os colaboradores: Crie canais seguros para que os funcionários possam relatar suas experiências sem medo de retaliação. É fundamental ouvir a “voz do chão de fábrica” para ajustar práticas internas.

Essa “esquizofrenia” é um problema que afeta não apenas os indivíduos, mas a empresa como um todo. Quando há um desalinhamento entre discurso e prática, a confiança é perdida, e o engajamento dos funcionários é comprometido. É hora de as organizações pararem de fechar os olhos para essas situações e começarem a agir em prol de um ambiente mais saudável e produtivo.

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